Catarata
A catarata decorre da opacificação do cristalino, impedindo que a luz chegue a retina, onde se forma a imagem, consequentemente a visão se torna embaçada.
A catarata é classificada em:
1. Congênita (atingem crianças recém nascidas cujas mães tiveram alguma doença na gravidez, como rubéola, toxoplasmose ou sífilis).
2. Adquiridas (causadas por traumas e acidentes visuais).
3. De aparecimento precoce ou tardia (relacionadas à idades).
DIAGNÓSTICO:
Devem ser associadas as queixas subjetivas dos pacientes aos sinais objetivos dos exames oftalmológicos.
As queixas mais frequentes são:
1. Diminuição da acuidade visual;
2. Sensação de visão embaçada e distorcida;
3. Necessidade de mais luz para enxergar com nitidez;
4. Alteração da visão de cores.
Os sinais objetivos encontrados no exame oftalmológico de rotinas são:
Perda da acuidade visual, mensurada geralmente pela tabela de Snellen e a alteração da transparência do cristalino na biomicroscopia do segmento anterior em midríase, exame este realizado com lâmpada de fenda.
INDICAÇÃO TERAPÊUTICA:
Não existem tratamentos clínicos ou medicamentos que curem ou retardem a catarata; o único tratamento curativo da catarata é o cirúrgico e consiste em substituir o cristalino opacificado por uma prótese denominada lente intra-ocular (LIO).
Toda vez que a qualidade de vida do portador de catarata estiver comprometida, ou seja, que existam limitações nas atividades que realiza habitualmente a cirurgia está indicada.
A evolução da catarata geralmente é bilateral podendo ser simultânea, daí a importância da realização da cirurgia do segundo olho para recuperação integral do sistema visual.
Ao indicar a terapêutica cirúrgica, serão necessários exames oftalmológicos complementares, essenciais no planejamento cirúrgico e pesquisa de doenças associadas.
TERAPÊUTICA
A cirurgia da catarata denominada facectomia pode ser realizada por diversas técnicas.
A facoemulsificação é uma técnica que utiliza tecnologia avançada, tanto nos equipamentos como nos insumos, e apresenta constante evolução.
A evolução da técnica e da tecnologia utilizada trouxe como consequência imediata o encurtamento do tempo da cirurgia, a rápida recuperação visual e o regime de internação de curta permanência.
O procedimento cirúrgico propriamente dito, embora seja sofisticado, complexo e exija do cirurgião alta habilidade e conhecimento, demora apenas alguns minutos, mas são necessárias algumas horas nas dependências do Instituto para as orientações operatórias, preparo do paciente, anestesia, cirurgia e recuperação anestésica.
Uma leve sedação pode ser necessária para que o paciente se sinta relaxado:
Após a aplicação da anestesia, uma pequena incisão é feita na parte da frente do olho. A catarata é fracionada em partículas microscópicas utilizando-se a técnica chamada facoemulsificação, através da qual o cristalino é fragmentado e aspirado. Esta pequena incisão irá cicatrizar-se com a ajuda da pressão natural do olho, não sendo necessário pontos na maioria das vezes.
Para compensar o grau determinado pela remoção do cristalino, uma lente intra-ocular (LIO) dobrável é implantada no olho.
UMA VEZ REMOVIDA, A CATARATA NÃO VOLTARÁ E O IMPLANTE SERÁ PERMANENTE.
ANESTESIA:
No adulto a anestesia é local, com injeção periorbitária ou tópica com gotas de colírio anestésico e sedação. O ato anestésico é realizado e acompanhado por anestesiologista, assim como monitorização cardíaca, devido ao reflexo óculo cardíaco, à idade dos pacientes e das doenças clínicas associadas.
RESULTADO:
A cirurgia é considerada curativa devido a eliminação da catarata, e refrativa devido a possibilidade de correção do vício de refração pré-existente.